Iniciativa dá continuidade ao cronograma de eventos e segue o lançamento do livro Jornada de Propósito
O Capítulo Rio de Janeiro do IBGC realizou, na última terça-feira, 2 de dezembro, o Conexão Governança, um encontro que reuniu líderes empresariais e especialistas para discutir sobre como a governança corporativa pode orientar decisões estratégicas em contextos de crescimento e transformação. A iniciativa aconteceu na praia de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.
O evento também marcou a celebração dos 30 anos do IBGC, com o lançamento do livro comemorativo “Jornada de Propósito” e a presença da diretoria e do conselho de administração do instituto.
Família empresária em foco
O primeiro painel, “A trajetória de governança em grupos empresariais familiares”, contou com a participação de Carlos Henrique Schroder, conselheiro do Grupo Globo, e Manuela Mattos, diretora de governança do conselho do Grupo Globo. A moderação foi conduzida por Cristina Pinho, conselheira de administração do IBGC.
Carlos Henrique conta que sentiu a necessidade de aprender sobre gestão, além do conteúdo jornalístico, mesmo quando era diretor de jornalismo. Propósito, missão e valores eram exercidos todo dia, o que fez ser tranquila a transição para um modelo de governança. "Estar no conselho é estranho no começo, estar sem a caneta na mão. Depois isso muda e tenho achado muito prazeroso. O olhar para o longo prazo é o melhor caminho para o futuro", explicou.
Compliance, investimentos e futebol
O segundo painel, “A relação entre ambiente de negócios, boa governança, atração de investimentos e melhoria dos serviços à população”, reuniu Henry Daniel Hadid, VP jurídico, de compliance e de relações institucionais da Vibra Energia, e Aguinaldo Ballon, CEO da CEDAE, estatal fluminense de fornecimento de água, e contou com a moderação de João Laudo de Camargo, coordenador do Capítulo Rio de Janeiro do IBGC.
Aguinaldo apresentou aos participantes o panorama das políticas de investimentos, governança e compliance da Cedae, e destacou a relação da companhia com o Banco Master, alvo da operação “Compliance Zero”, deflagrada pela Polícia Federal em novembro.
A Cedae aplicou mais de R$ 200 milhões na instituição financeira em CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Em setembro, quando o banco sofreu rebaixamento de seu grau de investimento e deixou de honrar um dos pagamentos previstos, a companhia passou a resgatar a aplicação e comunicou fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários, a CVM.
“Hoje, a Cedae possui caixa robusto, capaz de sustentar os investimentos futuros, e a operação com o banco estava alinhada à estratégia de alavancar o desempenho financeiro da companhia. Mas o episódio reforça a necessidade de revisão da política de investimentos. Começamos pequenos resgates para não sermos indutores de falta de liquidez, afirmou Aguinaldo.
Encerrando a programação, o painel “Governança no futebol: Perspectivas para os clubes do Rio” discutiu sobre os desafios e oportunidades da governança no esporte. Participaram Carlos Amodeo, CEO do Vasco SAF, Paulo Roberto Dutra, diretor geral do Clube de Regatas do Flamengo, e Thairo Arruda, CEO do Botafogo. A moderação ficou a cargo de Heloisa Rios, CEO da Universidade do Futebol.