O IBGC sediou a 5ª edição do Governança 360, maratona de palestras e debates sobre governança corporativa, nesta terça-feira, 24 de junho. Com a curadoria de conteúdo realizada pelas Comissões Temáticas do instituto, o evento ocorreu de forma hibrida e contemplou associados no formato presencial e foi aberto ao público no ambiente on-line.

O evento reuniu palestrantes renomados no mercado para um dia repleto de intercâmbio de experiências e networking.

Durante a sua fala de abertura, Luiz Martha, diretor de Conhecimento e Impacto, classificou o Governança 360 como uma maratona de conhecimento. “Queríamos que esse evento fosse uma maneira de navegar por todos os temas, por todos os conteúdos e conhecimentos que estavam sendo produzidos por nossas comissões”, explicou.

O evento contou com painéis simultâneos nos dois turnos. Veja um resumo de cada momento abaixo.

Durante a manhã, o painel “A IA chegou ao conselho. E agora?” contou com a participação de Denis Balaguer, diretor EY, e Andiara Peterle, conselheira da Sicredi, com moderação de Rossana Sadir, sócia fundadora da Ballista Capital Assessoria.

Ao trazer debates atualizados sobre inteligência artificial, Andiara elucidou a importância e urgência em implementar o uso da ferramenta no ambiente corporativo. A conselheira fez uma analogia com uma “doença” responsável pelo fim da organização. “É algo que se não tratarmos, será a grande responsável pelo desaparecimento das nossas organizações”, explicou. Ela também explicou que a função do conselho, dentre tantas outras, é gerar valor a longo prazo nas organizações.

“Já vemos as empresas de IA gerando mais receita do que qualquer outra empresa de software na história”, proferiu Denis durante a sua apresentação. Complementando as discussões da manhã, o diretor apresentou exemplos da importância do uso de IA no ambiente corporativo com diversas pesquisas. “A curva de receita analisada é muito mais rápida do que em qualquer outro momento. Por quê? Por causa dos ganhos de produtividade e por causa dos novos mercados”, declarou.

Ainda durante a manhã, Ronaldo Ribeiro, CEO da Farmax, e Estevan Sartoreli, fundador da Dengo Chocolates, apresentaram o painel “Conselhos que transformam: do propósito à estratégia real” com moderação de Bibiana Carneiro, ex-conselheira do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Estevan articulou sobre conselhos pro forma e a importância da inovação em boas práticas. Durante sua fala, o fundador trouxe a provocação: “quais são as novas práticas que temos imbuído aos nossos conselhos?”. Em seguida, respondeu, “tudo que é pro forma não gera valor e eu acredito que nós desqualificamos conselhos equivocadamente porque não o deixamos operar plenamente”.

Após um rápido coffee break, dois novos painéis integraram a manhã de debates. Sebastian Yoshizato Soares, presidente do IBRACON, Junia de Sá Nogueira, presidente do conselho deliberativo do WWF Brasil, e Ana Karina Bortoni Dias, presidente do Grupo Silvio Santos, debateram sobre integridade no painel “O poder da integridade: da prevenção de crises à geração de valor”.

“Riscos geopolíticos e riscos de clima e natureza: impactos e oportunidades para gerar valor e o papel do conselho” foi o painel simultâneo que contou com a participação de Wilson Lauria, CEO da GRCIBER Soluções, e Marcelo Pasquini, executivo de finanças e sustentabilidade.

Durante a tarde, os painéis também se estenderam a assuntos como estrutura de capitais a equidade.

O painel “Gestão estratégica da estrutura de capital: a visão do conselheiro” contou com a participação de Alexandre Oliveira e André Oda, respectivamente vice-coordenador da comissão de finanças, fiscalização e controles do IBGC e membro da comissão.

Emílio Carazzai, também marcou presença como membro da comissão de mercado de capitais do IBGC, ao lado de Marco Túlio Padilha, membro da comissão de finanças, fiscalização e controles do IBGC.

Ao falar sobre as pautas atuais do conselho, Emílio declarou a importância de ouvi-las, mas também não esquecer das bases. "Diversidade, sustentabilidade, crise climática, IA - toda a preocupação sobre isso é válida, mas não vamos esquecer do básico: estrutura de capital”, elucidou.

Myrian Ang Lie Chen, diretora executiva na PKO do Brasil, se juntou a Mariana Beira Montero, conselheira da Ypê, Mirela Menezes Melo Ferreira, gerente sênior de governança riscos e compliance do Grupo Cornelio Brennand, e Eduardo Gentil, conselheiro de administração, para o painel “Governança em movimento: o conselho como catalisador da jornada de governança em empresas familiares”.

“Há uma percepção de que o conselho traz mais burocracia, mais formalidade, então o desafio do conselho a meu ver é como manter a agilidade nas decisões e aí eu não vejo tanta diferença entre o conselho consultivo e o conselho de administração. No final, o conselho consultivo tem que trazer os temas relevantes para a discussão e tomar decisão”, refletiu Eduardo Gentil durante o painel.

Para falar sobre equidade e IA no painel “Equidade e IA: O novo desafio da governança corporativa”, Helena Kerr do Amaral, sócia diretora da LiDiversas, e Ale Fu, diretora de arquitetura na Salesforce, contaram com a mediação de Armando Modolin, sócio EK strategy designers.

Confira alguns insights do painel:

“A tecnologia e a IA têm que ser para todos, assim como passamos pela era da internet, também precisamos fazer isso com a IA. Somos uma geração em transição e de transformação. Por mais que complicado que possa ser a tecnologia a gente precisa se colocar na posição de vulnerabilidade para aprender algo que vai mudar a sociedade” - Ale Fu.

“Ainda temos um longo caminho pela frente e o ritmo desse caminho é muito mais lento do que as respostas que a IA está nos puxando para fazer. Então temos um conflito de ritmos.” - Helena Kerr.

Sebastian Yoshizato Soares, presidente do IBRACON, e Valter Faria, sócio da Better Governanc, contaram com a mediação de Sadik Sarkis, diretor jurídico e compliance da iniciativa empresarial pela igualdade racial, para o painel “Responsabilidade distribuída na cadeia de controles das companhias”.