Rede Mulheres Líderes do Capítulo Minas Gerais

O grupo debate temas importantes da governança corporativa, como avanços e retrocessos na agenda ESG e finanças

  • 17/12/2024
  • Flávia Melo, Francine Póvoa e Luciana Rodrigues
  • Capítulos

A Rede de Mulheres Líderes na Governança Corporativa é uma iniciativa do Capítulo Minas Gerais do IBGC, que teve início em 2022 com o propósito de reforçar laços e relacionamentos, e contribuir para a capacitação e empoderamento de lideranças femininas, com conselheiros e conselheiras regionais e de todo o país e profissionais experientes em suas áreas de atuação.

Desde então, a rede já recebeu convidados que compartilharam suas experiências e trajetórias profissionais e de vida como: Valéria Café (diretora-geral do IBGC), Gabriela Baumgart (Presidente do conselho de administração do Grupo Baumgart), Betânia Tanure (sócia fundadora da Consultoria BTA), Cacá Takahashi (CEO na Monte Equity Partners), Sônia Consiglio (conselheira de administração, especialista em sustentabilidade), Tarcila Ursini (co-presidente do Sistema B Brasil), Adriana Muratore (coordenadora do Programa Diversidade em Conselho – PDeC IBGC), Oscar Bernardes (conselheiro de administração), Denísio Liberato (CEO na BB Asset Management), Jandaraci Araújo (cofundadora do programa Mulheres 101), e Angela Donaggio (criadora do Programa FemLeader e coordenadora do Programa Lideranças Virtuosas).

Também foram realizadas capacitações on-line para as associadas do capítulo com foco em temas relevantes escolhidos pelo grupo. As próprias associadas especialistas nestes temas ministraram as capacitações, que abordaram tópicos como ESG, Finanças e Mediação de Conflitos.

Em 2024, o grupo promoveu atividades abertas ao público e, no dia 25 de outubro, organizou em Belo Horizonte o evento “ESG: avanços e retrocessos”, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.Duas questões principais nortearam a conversa: “A agenda ESG permanece ou recuará?” e “Quais são os riscos e oportunidades?”

Para falar para uma plateia majoritariamente formada por mulheres, foram convidados a presidente e diretora editorial do jornal Diário do Comércio, Adriana Muls, e o diretor de relações corporativas e sustentabilidade da Mineração Morro do Ipê, Cristiano Parreiras. A conversa foi conduzida pelas associadas Flávia Melo, diretora associada da HECT Consultoria e especialista em riscos e compliance, e Luciana Rodrigues, executiva da área da saúde.

No cerne do debate sobre o ESG está a questão fundamental do papel das empresas para a sociedade e que para ser um negócio responsável uma empresa precisa de quatro pilares: propósito claro, orientação para stakeholders, cultura organizacional que favoreça a realização do propósito e lideranças conscientes de seu papel.

O termo "intencionalidade" emergiu como ponto central da discussão, evidenciando a convergência de opiniões em torno da importância do direcionamento consciente e genuíno para a legitimidade das iniciativas ESG. A ênfase reside na necessidade de que as ações sejam propositais e transparentes, refletindo um compromisso autêntico com as dimensões ambiental, social e de governança.

Adriana Muls abordou a relação entre as questões ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável instituídos pela ONU (ODSs), em 2015, e trouxe os principais resultados apresentados no Relatório Luz, divulgado recentemente.

Relatório que foi elaborado por 47 organizações e 82 especialistas que compõem o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030. O documento mostra que na América Latina apenas 22% das metas estão em progresso satisfatório. No Brasil, em 2023, 58 (34,52%) das 1.685 metas aplicáveis tiveram progresso insuficiente e 13 (7,73%) progresso satisfatório. Adriana ressaltou que, em nosso país, quase 10 anos após o lançamento dos ODS, apenas uma meta pode ser considerada satisfatória.

Já na visão do segmento da Mineração, Cristiano Parreiras aposta na Governança como mola propulsora para apoiar na transformação da mentalidade de todos os envolvidos, além dos poderes públicos envolvidos. Cristiano não deixa de destacar o papel importante da Mineração neste cenário, já que por muitos é vista como “vilã”, com base nos fatos ocorridos em nossa história recente.

O segmento atua sob uma legislação severa, altamente regulado, o que garante que todos os cuidados sejam tomados e todos os riscos sejam cuidados e mitigados. Mas, para tal, a Governança entra com papel de protagonista neste cenário. E a agenda ESG, que existe desde muito antes do nome “agenda ESG”, traz justamente reforçar e garantir que a Governança permeie todos os processos, garantindo a integridade do setor e seu ambiente/entorno.

Uma questão essencial encerrou o encontro: Como engajar as lideranças no tema ESG, considerando suas múltiplas demandas e agendas complexas? A solução apontada foi conectar o ESG à estratégia da empresa, mostrando como suas iniciativas podem reduzir riscos e gerar novas oportunidades, o que reforça o elo entre o interesse das lideranças e os propósitos ESG da empresa.

Para que isto seja possível é necessário também que as lideranças elevem seu nível de consciência em relação ao seu papel como agentes de transformação da sociedade por meio dos negócios que lideram.


Sobre as autoras: Francine Póvoa (vice-coordenadora do Capítulo Minas Gerais e diretora da consultoria Legacy4Business); Flávia Melo (diretora associada da HECT Consultoria e integrante da Rede de Mulheres; Luciana Rodrigues, executiva do setor de saúde e integrante da Rede de Mulheres.


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